quarta-feira, 23 de setembro de 2009
A verdade sobre quem derrotou o nazi-fascismo
Uma operação militar que ficou conhecida por dia D. O imperialismo norte-americano procura utilizar a comemoração deste dia para reforçar mais uma falsificação histórica. Alardeiam aos quatro ventos que foi graças a ele, com o apoio dos ingleses, que foi possível derrotar os exércitos alemães e libertar da Europa do nazi-fascismo. Venderá a idéia de que a Europa deve a ele a sua liberdade e sua democracia. Bush não cansou de bater nesta tecla ao exigir a solidariedade total dos países europeus para a sua “guerra infinita”. Mas nada poderia ser mais falso.
Na verdade, o destino do nazi-fascismo começou a ser decidido ainda em dezembro de 1942 quando os exércitos soviéticos impuseram a primeira grande derrota às hordas bárbaras germânicas, barrando seu avanço irresistível. Até então as tropas de Hitler pareciam invencíveis. Elas haviam batido, sem grande esforço, os exércitos de Tchecoslováquia, Polônia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Polônia, Bélgica e França. Em maio de 1940, cerca de 400 mil soldados franceses e ingleses, cercados, tiveram de realizar uma arriscada retirada estratégica através do Canal da Mancha.
Em junho de 1941, após a rápida vitória na frente ocidental, o imperialismo alemão voltou seus olhos para o leste e, desrespeitando um tratado de não-agressão, iniciou a ocupação do território soviético. Alguns meses depois chegaram mesmo a ficar a poucos quilômetros da capital. Mas, no início de dezembro, os soviéticos iniciaram uma contra-ofensiva que levou os alemães a recuarem centenas de quilômetros, afastando assim o perigo que pairava sobre Moscou.
Em 1943, os exércitos alemães conheceriam outra derrota na cidade de Stalingrado. Contra ela os nazistas mobilizaram 36 divisões, chegaram mesmo a ocupar parte de seu território. Milhares de aviões lançaram bombas incendiárias e explosivas. Os bombardeios visavam indistintamente a escolas, museus, hospitais, teatros e residências civis. O exército vermelho e o povo armado resistiram palmo a palmo. A situação militar dos nazistas na frente russa ficou desesperadora. A superioridade militar passou decididamente para o lado soviético.
No início de janeiro de 1943, o último foco de resistência alemã se rendeu. Os soviéticos haviam destruído um exército composto de mais de 330 mil homens e fizeram mais de 90 mil prisioneiros, entre eles 24 generais e um marechal-de-campo: Von Paulus. Afirmou o poeta comunista Aragon: “Não era Stalingrado que caía, mas a própria dominação hitlerista”.
Durante o auge do conflito, a URSS insistiu para que os aliados cumprissem o prometido e abrissem uma segunda frente na Europa, com o objetivo de aliviar a pressão nazista sobre os exércitos soviéticos que resistiam em Stalingrado e outras regiões. Naquele momento, cerca de 3/4 dos exércitos alemães combatiam na frente oriental contra a URSS. Os aliados prometeram várias vezes abrir uma nova frente de combate, mas não cumpriam suas promessas. Ocorreu, então, uma vasta campanha internacional contra a inação dos comandos militares aliados que permitiam que um único país arcasse com todo o peso da resistência contra a besta nazi-fascista.
Suspeitava-se de que alguns “aliados” desejavam ver a Alemanha e a URSS se desgastarem ao máximo para depois intervirem. Afinal Harry Truman, futuro presidente dos EUA, havia declarado ao New York Times em 24 de julho de 1941, pouco depois da ocupação a URSS: “Se virmos a Alemanha ganhar, devemos ajudar os russos. Se a Rússia estiver por cima, devemos ajudar os alemães, de modo que eles se matem uns aos outros ao máximo”. Ainda no começo de 1943 o próprio primeiro-ministro inglês Churchill afirmou: “os aliados ocidentais estavam ‘brincando’ com seis divisões alemãs, ao passo que os russos estavam enfrentando 185”. Esta posição começava a se tornar insustentável diante da opinião pública mundial.
Somente em junho de 1944, quando já estava claro que os exércitos soviéticos poderiam vencer a guerra sozinhos, e já caminhavam triunfantes em direção a Berlim, foi que os exércitos anglo-americanos desembarcaram no norte da França e marcharam rapidamente em direção à Alemanha. Mesmo na França e na Itália a luta pela libertação foi dirigida pelos comunistas e teria sido vitoriosa mesmo sem apoio norte-americano.
O alto-comando alemão tendo que decidir quem tomaria a capital alemã, novamente fortaleceu suas defesas do lado oriental e facilitou o avanço anglo-americano. Afinal, estes faziam parte da civilização ocidental e cristã. Inútil, pois seriam os soviéticos que chegariam primeiro e hasteariam a bandeira vermelha com a foice e o martelo no Reichstag. O fascismo que nasceu com o objetivo de destruir o movimento operário e o socialismo foi por este derrotado.
Portanto, o Dia D —embora tivesse desempenhado o seu papel na derrota da Alemanha nazista—, não deve ser superestimado como pretendem os governos norte-americano e inglês. Buscam inflar o papel do desembarque aliado na Normandia para ofuscar o papel central que tiveram o povo e o Exército Soviético. Isto faz parte da grande batalha que se trava hoje pelos corações e mentes dos povos do mundo. Uma batalha entre os defensores da guerra e da opressão dos povos e aqueles que se levantam pela paz e pela libertação da humanidade das garras do imperialismo.
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