domingo, 15 de março de 2009

O Óbvio e o Imponderável

Depois de mais de dois meses de futebol em 2009, já é possível não só analisar alguns aspectos, como constatar situações óbvias e outras imponderáveis. Assim, somando alguns fatos que ocorreram no decorrer deste tempo, com fatos passados e mais recentes, tem-se a verdadeira noção, de que o futebol mesmo após a época de sonhos das contratações, dos reforços e das expectativas, quando retorna à normalidade, tudo se encaixa. Vamos analisar os fatos e destacar se eram esperados ou partiram do mais completo e total acaso.

Fases: Esta semana, vimos que Conca, aquele mesmo, nosso cume dos sonhos para a meia, foi para o banco de reservas do Fluminense. Ano passo, tivemos caso semelhante com Denílson que recusamos e foi para o Palmeiras, hoje escurraçado pela torcida no Itumbiara. Roque Jr, que foi para o Palmeiras e foi de regular para baixo, hoje nem clube tem. Ficarei mais com o caso de Conca que é exemplar. Surgiu a questão: E se fosse no São Paulo, a fase do jogador seria ruim ou Muricy que não sabe armar uma equipe e queima os jogadores?

Muitos diriam que a culpa é de Muricy. Mesmo sem concordar com inúmeras decisões de Muricy, sou obrigado a dizer que ele seria pré julgado e não o jogador e sua má fase, seu momento ruim. Talvez até por mim. Acredito sim que a forma de armar a equipe e o posicionamento dos jogadores, a estratégia, sacrifique sim atletas de frente mais leves e habilidosos que não tem a marcação como característica presente como Dagoberto, por exemplo, que teve de se adaptar na marra e aprender o riscado. Como Ilsinho entre outros. Ele força o jogador a se moldar ao seu estilo e não privilegia o talento do atleta no seu estilo. Ele tem que se moldar ao que já está traçado. Certo ou não, Muricy divide a torcida, pois é teimoso e além de vencer os 3 nacionais, perdeu as 3 Libertadores, sonho máximo de todos.

A discussão é boa. Será que no São Paulo, jogadores com Thiago Neves, Conca, D’Alessandro entre outros teriam sucesso com a forma de jogar que temos e treinada por Muricy? Será que neste caso, se eles não se encaixassem como alguns não encaixam ou demoram como W. Diniz, a culpa é do atleta ou do técnico? Ou é apenas a fase? É aí que entra o imponderável. Quem imaginaria Conca no banco???.

Individualistas: Robinho é o primeiro nome. Mesmo após a ridícula saída forçada do atacante da Seleção do Santos para o Real Madrid, muitos ainda pensam nele como um menino arteiro. Mas não é há muito tempo. Como não era à época em que jogava pelo Brasil. Não satisfeito em jogar em um dos maiores clubes da história do futebol mundial, ser bi campeão espanhol, titular da Seleção ele não admitia ouvir que era oferecido junto a uma fábula de dinheiro por C. Ronaldo. E forçou outra saída. Agora, está só no M. City, ameaçado pelo rebaixamento, após ser acusado de estupro e estar sendo julgado.

E por pouco tempo, pois ele prepara uma nova articulação. O “rei do drible” é para o jogo com a bola nos pés, dentro de campo ou fora deles com o dinheiro dos clubes que nele investiram. Robinho lesionou-se e tratar-se-á no Tricolor mesmo após apelos santistas. Ele alega ter vindo por Rosan. Mais uma traição de Robinho, o jogador que só pensa em si, em campo e fora dele. Surpresa?

R.Gaúcho é o segundo que destaco. Deixou o Grêmio em litígio e seu clube do coração, formador saiu lesado e sem nada. Do PSG, partiu para o Barcelona, onde atingiu seu auge. Nos momentos de vitórias, estava sempre bem, forte fisicamente e de bom humor. Bastou perder o posto de reizinho, bastou uma queda de produção, bastou a pressão e as cobranças e tudo desmoronou. Ele já dizia não ter clima, não estar bem, que o ciclo no Barça acabara (o então clube para encerrar a carreira). Partiu para o Milan e novas juras de amor vieram.

Até que novamente as pressões, os maus resultados chegaram. Agora, a imprensa obteve informações que ele simula uma lesão para não jogar. De novo. Mais um que sempre pensou em si. Surpresa?
Poderia aqui estender um longo texto sobre Luxemburgo, mas como o incluirei em outro tópico mais á frente, que deixarei de lado um pouco o rei do estrelismo. Esse é tão óbvio que dispensa comentários.

Soberano: Nesta segunda, dia 09 de março, o Tricolor lança um filme sobre sua hegemonia no futebol brasileiro, sobre sua soberania. Mas isto não é meio óbvio?

Inveja: Nossos adversários, Palmeiras e Corinthians, criaram um troféu para o embate importantíssimo entre eles. Nomearam Osvaldo Brandão, treinador que conquistou título para ambas as equipes. Veja a que ponto chegamos. Unimos as torcidas rivais para que consigam nivelar-se a nós. Tiveram que criar um troféu a mais, porque senão, ficarão sem nenhum. Se bem, que o Paulistinha não estamos nem aí, mas e o medo de ficarem sem nada? Nossa supremacia é tão plena que dá medo e desperta estes sentimentos nos rivais. Mas depois de apanhar tanto, é meio óbvio...

Luxemburgo x Libertadores: Após as 2 primeiras rodadas, o que vimos foi o Palmeiras sendo surrado nos 2 jogos. No Paulistinha, uma larga vantagem. Como é de costume, em torneios caseiros, o técnico vai bem. Em torneios internacionais, uma vergonha. Se bem que tem 5 anos que não vence um torneio de expressão e pasmem, o Sport está tirando onda com seu estilo e forma de trabalho. A que ponto chegamos? Para um treinador que cobra tão caro, para um profissional que se julga tão gabaritado, passar os anos vencendo apenas regionais e classificando seus times em último lugar para a Libertadores, é ínfimo demais. Mas de tão comum, óbvio.

Os caceteiros: Existia um jogo, em que você era o treinador. Bem antigo e que hoje evoluiu muito. Porém, antes, ele denominava os jogadores por pontos de qualidade e por seu “fair play”. Isto, consistia sua característica de jogo e de levar cartões amarelos e vermelhos. Uma delas, era o chamado “caceteiro”. Ele podia ser um craque, mas sempre levava ao menos um amarelinho. E muitas vezes o vermelho. Assim, vejo o time que um colega montou para resumir o oposto dos que nunca foram expulsos em alusão ao jogo limpo,um prêmio, nomeado de Belfort Duarte, já extinto.

Confira o time e dê suas contribuições: Fábio Costa, Baiano, André Luís, Júnior Baiano, Domingos e Escudero;Túlio, Magrão e Carlos Alberto; Kléber e Edmundo. Surpresas?

Muricy: Falou no Muricy, falou em teimosia. Porém, esta semana, ele escalou o time que todos queriam, com exceção de Zé na direita. Enfim, 95% era a voz da torcida. E deu certo, como havia dado contra o Oeste e o Barueri. Chegamos à liderança na Libertadores, mostramos força e consistência. Era tudo que queríamos ver e ainda foi fora de casa contra o campeão colombiano. Eduardo Costa, em pouco tempo, será mais uma opção para o 4-4-2. Marlos chegando para a segunda fase e quem sabe o Edno. A confiança e a energia revigoradas para a sequência do ano e do nosso sonho.

Agora, em tom de humor apenas, há uma imagem na net escrita com a foto do Muricy: “Eu sei o que você fez no semestre passado”. Ela reflete exatamente o que maioria pensa. Seja menos teimoso, Muricy.

Ignorância: Mais uma vez, vimos casos absurdos decorrentes da falta de espírito esportivo e de ética profissional, para não dizer civilidade. Na Colômbia, dois jogadores do mesmo time, agrediram-se, o zagueiro Viáfara e o goleiro Mesa. Depois, a torcida arremessou rádios, pilhas e objetos no campo. A Confederação Sul Americana, sempre fez jogo ameno para estes atos. E assim prossegue a Libertadores, com excessos e absurdos como estes.

No Brasil, ocorre a mesma coisa. Com a complacência é surpresa, ou óbvio que isso aconteça?

Espero que um dia pare.

Nosso sonho continua...

...rumo aos tetras!

Fonte: www.saopaulofc.com.br

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